segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um post de Adriana Freire Nogueira

No seu blog («A Senhora Sócrates»), sobre «O Sorriso Enigmático do Javali», que apresentou em Monchique.
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. … uma escrita antiga e por isso tão próxima da fantasia dos simples, que aceitam com naturalidade o que outros a civilização fez chamar diferente, estranho, estrangeiro.
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Dia de sorrisos
Apresentei em Monchique o livro de António Manuel Venda «O Sorriso Enigmático do Javali». Nesta fotografia, estamos todos deleitados a ouvir o secretário da Junta de Freguesia a ler a sua introdução, num estilo «vendiano».
Ora só o tempo permite que se crie um estilo. E por isso, por muito que insistam em chamar a António Manuel Venda um jovem escritor, ele não o é. É apenas um escritor jovem. E a juventude não se percebe apenas na timidez do olhar ou na inquietude das mãos que se movem com as palavras, quando fala, construindo castelos, casinhas ou outras arquitecturas, mas na escrita. Uma escrita antiga e por isso tão próxima da fantasia dos simples, que aceitam com naturalidade o que outros a civilização fez chamar diferente, estranho, estrangeiro.
Por isso o mundo visto pelos olhos – ou pela máquina fotográfica – do pequeno Tukie, ou do pai do pequeno Tukie, é um mundo em que o fantástico não existe como tal.
Por isso chamei a «O Sorriso Enigmático do Javali» um livro de felicidade.
Não uma felicidade que transborda ou ofusca o que está à volta, mas felicidade porque nos faz sentir que pertencemos, que não estamos sozinhos na nossa coexistência, pessoas e animais.
Felicidade, porque mesmo aquilo que pode ser mais triste ou violento (como a morte de uma garça num arame farpado) é vivido com simplicidade, sem drama.
Felicidade, porque ali não há sentimentos que ferem e magoam.
E apesar de conseguir muito bem construir o suspense, as histórias que ele nos conta acabam serenamente, com ternura e humor.
E quem me observou a ler o livro, terá visto claramente os meus sorrisos nada enigmáticos.

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