domingo, 25 de abril de 2010

Um excerto

O pai do pequeno Tukie tinha o tronco da oliveira quase limpo, estava já nos acertos finais, a cortar uns ramos mais pequenos e a retirar as folhas secas que se tinham acumulado nas saliências. Pensava em como iria começar a falar ao filho das histórias do tronco, e de repente deu com uns olhos fixados no seu rosto. Uns olhos pequeninos, e uma língua de fora, inquieta, uma língua pequenina como esses olhos. Uma cobra espreitava de dentro da saliência que o pai do pequeno Tukie se preparava para limpar. E as folhas secas que aí se acumulavam o mais certo seria ele ir tirá-las com as mãos. Pensar nisso causou-lhe um arrepio, pensar que ia lá colocar as mãos mesmo ao alcance da cobra, da sua boca pronta para morder. E se fosse uma das venenosas?
.

Sem comentários:

Enviar um comentário